20/10/2011 10h17 - Atualizado em 20/10/2011 10h19
Negromonte defende Orlando Silva e diz que colega tem 'reputação ilibada'
Ministro das Cidades falou sobre o assunto no programa 'Bom Dia Ministro'.
Ministro do Esporte, Orlando Silva, foi acusado por PM de receber propina.
G1, Brasília
O ministro das Cidades, Mário Negromonte, defendeu nesta quinta-feira (20), durante o programa “Bom Dia Ministro”, o também ministro Orlando Silva, do Esporte, acusado pelo policial militar João Dias Ferreira de comandar um esquema de desvio de verba pública.
“O Brasil tem que se acostumar a ouvir denúncia, mas a denúncia tem que vir acompanhada com prova documental, testemunhal, de gravação, de áudio, de vídeo, enfim. (...) O que eu sei é que o ministro tem a reputação ilibada, está fazendo um grande trabalho no Ministério do Esporte”, ressaltou Negromonte.
À revista “Veja”, João Dias, como é conhecido, afirmou que Orlando Silva recebeu um pacote de dinheiro na garagem do ministério e teria comandado um esquema de desvio de verbas destinadas ao programa Segundo Tempo.
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João Dias prestou depoimento nesta quarta-feira (19) na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília. Ele afirmou que foram apresentadas à PF trechos de gravações de áudio que mostram a participação de quatro pessoas da alta cúpula, cujos nomes também não revelou. Na próxima segunda-feira (24), João Dias disse que irá apresentar à PF o conteúdo completo da gravação.
Orlando Silva afirmou também nesta quarta-feira (19), durante audiência pública no Senado, que a denúncia é uma tentativa de tirá-lo à força do ministério. "O que se pretende é tirar um ministro de Estado, do governo, no grito", declarou. “Desafio que sejam apresentadas provas”, disse.
O ministro Negromonte disse ainda que a presidente Dilma Rousseff está confiante na inocência de Orlando Silva, mas “que a presidenta não convive com erro, ela não vai admitir erro nenhum”.
Projetos
Durante o programa “Bom Dia Ministro” o ministro Mário Negromonte também comentou o andamento dos projetos da pasta, como Mobilidade Urbana, o Minha Casa, Minha Vida e o PAC Saneamento.
Ao ser questionado a respeito da burocracia que envolve o programa Minha Casa, Minha Vida, Negromonte reconheceu a morosidade da execução dos projetos, mas justificou dizendo que ao se “lidar com dinheiro público tem que ter muito cuidado”.
O Programa Minha Casa, Minha Vida foi lançado em 2009 pelo governo federal, com a meta de contratar um milhão de casas para famílias de baixa renda. Até o fim de 2010, o programa entregou 316 mil moradias em todo o país. Foi apresentada em junho deste ano a segunda etapa do programa habitacional, chamado de Minha Casa Minha Vida 2, que contará com investimentos de R$ 125,7 bilhões até 2014.
19 de Outubro de 2011 - 16h09
Acusada pelo Fantástico é mais transparente que ONG da Globo
A TV Globo quer mesmo derrubar Orlando Silva do Ministério do Esporte, para deixar o caminho livre para Ricardo Teixeira dar privilégios à Globo na Copa-2014.
O programa Fantástico levou ao ar uma matéria contra a ONG "Pra Frente Brasil" da ex-jogadora de basquete Karina Rodrigues.
Reportagens levantando suspeitas sobre essa ONG são recorrentes na imprensa demo-tucana. Há anos saem matérias vagas sobre ela, mas ninguém aponta nada errado de fato. Aqui em 2009 tem uma da Folha, onde Karina reponde:
Pertencer ao partido ministro ajuda?
Pelo contrário. Só traz mais pressão. Seria muito mais fácil se não tivesse essa ligação. Sofremos fiscalização da Controladoria da União, do Ministério Público, do TCU, com denúncias anônimas. E até agora, não foram feitas críticas, apenas elogios. Eu até faria uma aposta. Não existe outra ONG no país que receba dinheiro público e publique os balancetes na internet como nós fazemos.
O Fantástico a aponta como "suspeita", mas... o repórter disse ter passado "um mês investigando" e não conseguiu mostrar nenhum caso de superfaturamento, nem de nota fria, nem de desvio de dinheiro. Ou seja, não tinha nada consistente em mãos para levar ao ar, a não ser o desejo de derrubar Orlando Silva.
O Fantástico apenas levantou suspeitas pelo fato da ex-jogadora ser vereadora do PCdoB em Jagariuna/SP, pela ONG ser a maior conveniada (atende 18.000 alunos como meta), e comprar lanches de empresas fornecedoras de conhecidos.
Ora, para ser "suspeita" que merecesse uma reportagem destas, o Fantástico tinha que mostrar pelo menos:
- ou que a ONG fosse fantasma (não atendesse o que promete);
- ou que outras empresas fornecedoras de lanches concorrentes vendiam mais barato (não mostrou);
- ou que o valor do convênio era acima do normal pelo número de crianças atendidas;
- ou que as empresas eram fantasmas (a reportagem paga o mico da ver a ONG e as empresas funcionando, com documentação em ordem e mostrando ao repórter até os estoques).
- enfim, teria que mostrar algum ilícito de fato, que o programa não mostrou. Pelo contrário, a reportagem praticamente confirma que tudo funciona regularmente.
No final das contas, para dar o clima de suspeição, levou cenas de um funcionário que não queria dar entrevistas (no final acabou falando ao repórter). Ora, tem milhares de pessoas que não dão entrevista para a Globo porque não gostam da Globo, porque ela deturpa, e não porque é culpado de alguma coisa.
Na falta de material para denunciar, a Globo chegou até a implicar com um carro (que não é de luxo) usado por Karina por que não está em seu nome, e com a casa de classe média, normal, do dono da empresa fornecedora de lanches.
Curioso que a Globo "nunca suspeitou" das mansões de Ricardo Teixeira (nunca mostradas na emissora), nem dos carros de luxo e jatinhos usados pelo senador Aécio Neves (PSDB/MG), que também não estão em seu nome.
A única coisa de fato que deixou dúvidas na reportagem foi se realmente a ONG de Karina atende o número de crianças previstas no convênio, mesmo assim a reportagem só cita um caso, onde deveria haver 300 alunos em atividade e contaram 146 no dia 7 de outubro. Para a TV, que disse ter passado "um mês investigando", não custava conferir pelo menos uma das outras 17 cidades onde a ONG atua (nenhuma tem prefeito do PCdoB, e algumas tem do PSDB, PPS e até DEM).
E quanto a não cumprir 100% das metas, a Globo está devendo fazer o mesmo com a sua ONG, a Fundação Roberto Marinho, que recebeu R$ 17 milhões do Ministério do Turismo para treinar 80 mil pessoas em idiomas e parece que só treinou uns gatos pingados.
Outra controvérsia a Globo não mostrou, mas a revista IstoÉ publicou em setembro:
Segundo os auditores do TCU, está comprovado que a Pra Frente Brasil há anos cobra dos prefeitos uma taxa de administração para que o município seja favorecido. O ministro Marcos Bemquerer, relator de alguns dos casos investigados, assegura que a prática é ilegal e esse dinheiro deverá ser objeto de investigação específica da Polícia Federal.
....
Karina nega essa versão. “Estão entendendo mal”, diz a vereadora. “O prefeito não paga para ter o Segundo Tempo. Paga para incrementar as ações de esporte e lazer”, explica. “Acho bom que a Polícia Federal entre nas investigações. Para nós, isso vai separar o joio do trigo e vão ver que não cometemos irregularidades.”
Não coloco a mão no fogo por quem não conheço, e não conheço esta ONG, nem Karina, e pode haver irregularidades que se confirmem, mas na própria reportagem achei as explicações dela bem mais convincentes do que as "suspeitas" do Fantástico baseadas apenas em picuinhas, e tive a curiosidade de dar uma conferida na internet.
A ONG de Karina tem um elevado grau de transparência pública, raro de se ver (maior até do que a Fundação Gol de Letra do ex-jogador Raí). Disponibiliza na internet balanços anuais, relatórios de auditoria, contrato do convênio, certidões negativas, e até declaração de renda de pessoa jurídica. Nesse ponto é exemplar e deveria até ser copiada como padrão de referência obrigatório para outras ONG's que movimentam grandes valores, inclusive a Fundação Roberto Marinho.
A ONG da Globo não tem transparência nenhuma. Não disponibiliza nenhuma prestação de contas em seu site, apesar de receber dinheiro público das mais diversas origens.
Aliás, depois dessa, o Fantástico está devendo uma reportagem sobre a suspeita ONG da Globo, principalmente com relação aos R$ 17 milhões recebidos do Ministério do Turismo.
Por Zé Augusto, no blog Os Amigos do Presidente Lula
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
Duas linhas na ação derruba ministro
Por José Dirceu, em seu blog:
Ainda não surtiu efeito, mas os nossos jornalões e a oposição continuam sua campanha, a Operação Derruba Ministro, centrada no ministro do Esporte, Orlando Silva.
Desenvolvem-na, agora, em duas linhas: uma é tentar, de todos os modos, envolver o PT e trazê-lo para o foco e para o centro da crise; a outra é difundir a versão mentirosa de que a presidenta Dilma Rousseff está retirando poderes do ministro Orlando Silva e de sua Pasta por causa das denúncias que envolvem o Ministério.
Na primeira linha, tentam envolver o PT no caso ou citando inquéritos que correm em segredo de justiça, ou insinuando que a denúncia que envolve o ministro e a Pasta do Esporte pode ter origem em disputas entre o PT e o PC do B, integrante da base aliada há nove anos. É o caso dessa flagrante ilegalidade de divulgação de investigação que corre no Superior Tribunal de Justiça, sobre o governador de Brasília, Agnelo Queiroz (PT).
Esvaziamento de poderes, versão mentirosa
Na segunda linha que seguem, contam uma versão mentirosa, pela metade, quando dizem que a chefe do governo esvazia poderes do ministro e do Ministério em decorrência das denúncias e não pela importância dos eventos futuros, a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
Sabem, entendem, mas não contam que, pelo porte e importância, esses dois eventos exigem naturalmente um acompanhamento do Executivo, da Presidência da República como um todo, no comando de uma organização mais ampla do que aquela que o Ministério do Esporte pode fazer.
Não dizem, escondem e tentam fazer com que a opinião pública esqueça que esse envolvimento mais amplo da Presidência da República sempre foi necessário. E que existe desde a primeira hora da definição dos dois eventos esportivos no Brasil. Tanto que foram criados organismos coordenadores específicos (a autoridade Olímpica é um destes) para esta ação de diferentes órgãos do governo e da sociedade.
Se sofisticaram a tática, ou a diversificaram, agora seguindo duas linhas bem distintas, o objetivo da mídia e da oposição continua o mesmo: a Operação Derruba Ministro visa desarticular a base político-partidária do governo e a aliança que o sustenta. O objetivo é isolar a presidenta da República e deixar o governo em minoria no Congresso Nacional.
Não vêem outro caminho que não o do denuncismo
Vêem aí a única forma de tentar reverter o quadro atual, no qual cresce a popularidade e o apoio a presidenta Dilma e ao governo e, ainda, fortalece o PT. Basta ler as últimas pesquisas para constatar esse ampliação da aprovação e apoio ao governo, à presidenta da República e a seu partido.
Com a oposição dividida e sem projetos, só resta mesmo a nossa velha direita o caminho do denuncismo e a tentativa de criar um clima para tentar estimular uma mobilização contra a corrupção quando, na prática, quem a combate é o governo e os órgãos institucionais de controle e fiscalização do país.
19 de Outubro de 2011 - 18h49
Inácio Arruda: o PCdoB não aceita calúnias
O ministro do Esporte Orlando Silva participou nesta quarta-feira (19) de uma audiência conjunta das comissões de Educação, Cultura e Esporte (CE) e de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA), no Senado. Mais uma vez, Orlando rebateu publicamente todas as acusações feitas pelo ex-policial militar João Dias Ferreira. O ministro classificou a acusação de vil e mentirosa, e disse que foi exposto a um linchamento público sem provas.
“O que é mais grave é que desde sábado (quando a revista Veja começou a circular) me pergunto: onde estão as provas?”, desabafou.
Assim como o que ocorreu na audiência pública realizada na terça (18), na Câmara dos Deputados, o Orlando recebeu mais palavras de apoio e solidariedade do que cobranças – inclusive de representantes da oposição.
Durante seu discurso, o senador Inácio Arruda, líder do PCdoB no Congresso, disse que as acusações não atingem apenas o ministro. E anunciou que o Partido irá tratar o assunto com o cuidado necessário. “Mas calúnias, mentiras e difamações não ficarão sem resposta pelo PCdoB, e considero que as pessoas honradas e honestas também não as deixarão sem resposta”.
Leia abaixo a íntegra do pronunciamento do senador Inácio Arruda:
Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, venho à tribuna, primeiro, para comunicar que tomamos a iniciativa, como Senadores do PCdoB, Senadora Vanessa e eu, de já protocolar um pedido para que o Ministro se apresentasse na Comissão de Fiscalização e Controle, porque consideramos que é a que tem a responsabilidade imediata de examinar qualquer procedimento do Poder Executivo, dos Ministros de primeiro escalão e de algumas instituições da República.
Então, já tomamos nossa iniciativa, porque não queremos deixar dúvida. Somos um Partido antigo, muito antigo na cena política nacional. Nós já enfrentamos todas as batalhas possíveis, todos os enfrentamentos possíveis e muitas calúnias, que, inclusive, retiraram um Senador da República deste plenário, o que ainda falta ser restaurado. Deveremos brevemente fazê-lo, ao completar 90 anos de existência o nosso Partido. Roubaram aqui o mandato do Senador Luiz Carlos Prestes e roubaram o mandato também dos demais Deputados Federais do Partido, na Câmara Federal, em ato insano, recheado de calúnias. E, mais uma vez, é a calúnia que brota das páginas da revista Veja, aliás, uma revista já costumeira em fazer e agir dessa maneira, causando estrago à imagem das pessoas, o que não tem reparação. Normalmente, esses agentes não costumam fazer reparação, e, quando o fazem, esse reparo é impossível de ser dado na sua plenitude.
Mesmo o programa Fantástico, da Rede Globo, tratou de uma organização não governamental que tem sido examinada de cima abaixo pelo TCU, pela Polícia Federal, pela Promotoria Pública, e todos deram à organização atestado de idoneidade.
Então, sinceramente, qual é o problema que vejo nas calúnias assacadas contra o Ministro do Esporte? Isso vem de algum tempo, não começou agora. No início do ano, V. Exªs sabem que O Estadão (o jornal O Estado de S. Paulo - NR) patrocinou uma série de matérias para atacar o Ministro do Esporte, e, agora, a revista Veja se prende a alguém que está respondendo por má aplicação dos recursos em convênios com o Ministério do Esporte. Este Ministério manda apurar as denúncias contra o convênio e, depois, manda que sejam ressarcidos os cofres públicos no valor de R$ 3,5 milhões, e, de repente, depois de ter de responder a processo do Ministério Público e ao Tribunal de Contas, aparece o policial. Por que ele não apareceu antes? Onde ele andava? Estava escondido onde?
Então, sinceramente, são as velhas figuras utilizadas, ninguém sabe a que preço. Isso tem um preço. Dizem que a notícia do policial foi comemorada no exterior por um órgão ligado ao futebol. Não quero acreditar jamais nisso, que alguma instituição, seja a Fifa ou, no nosso caso, a CBF ou outro órgão do esporte, esteja interessada em criar dificuldades para o Ministro do Esporte, Orlando Silva. Acho que teríamos de examinar isso com cautela, com tranquilidade.
O próprio Ministro do Esporte tomou a iniciativa imediata de procurar o Ministro da Justiça e de pedir investigação da Polícia Federal e encaminhou o pedido ao Ministério Público. A oposição tem todo o direito de fazê-lo. Acho que esse é o papel da oposição, que deve fazê-lo. Não é que a oposição tenha chegado atrasada, porque esse é seu papel, sua obrigação, mas o próprio Ministro do Esporte já pediu à Polícia Federal, ao Ministério Público e a todas as instâncias fiscalizadoras que adotassem as medidas que o Ministério já adotou antes, não agora. Ao encontrar irregularidades, vendo as irregularidades, pediu ao Tribunal de Contas, em uma tomada de contas especial, ressarcimento. Este parece ser o crime do Ministro Orlando Silva: o fato de ele ter pedido que esses convênios fossem suspensos, que fossem ressarcidos os cofres públicos. Por essa razão, ele está sendo atacado. E, talvez, o ataque esteja sendo aproveitado por terceiros.
Quero dizer que, neste pouco tempo de existência, o nosso Partido sempre buscou ter uma política muito aberta, senão não teria sobrevivido nesse período inteiro. Mas nós somos muito zelosos, muito zelosos. Determinados órgãos da mídia brasileira não o são. Não o são mesmo! Não resistiriam à tomada de contas do Tribunal de Contas da União. Não resistiriam! Se isso for feito, vira fumaça, desaparece. Nós somos zelosos. Nós vamos tratar isso com o zelo, com o cuidado necessário. Mas calúnias, mentiras e difamações não ficarão sem resposta pelo PCdoB, e considero que as pessoas honradas e honestas também não as deixarão sem resposta.
Prezo a atitude do nosso líder da oposição ao comunicar que cumpre seu dever de oposição, mas que dará a mão à palmatória. Nós vamos conduzir essa questão nestes termos: se há alguém interessado em apurar, este é o PCdoB, mas os responsáveis pelas calúnias e mentiras também vão pagar. Preparem-se para pagar, porque não ficarão impunes! Chega! Chega de mentiras, chega de escândalos patrocinados pelo mesmo tipo de gente, pelo mesmo esquema de sempre! Nós vamos, com a força de nosso tempo, usar o argumento e queremos que apresentem provas. Caluniadores têm de apresentar provas! Caluniadores não podem chamar um órgão de imprensa que possa se considerar sério e usar a tribuna de um órgão de imprensa para fazer acusações levianas, para tentar escapar da apuração que o Ministério faz.
O Ministério está apurando, os responsáveis estão pagando, e um órgão de imprensa entrega a sua tribuna para aquele que está sendo processado e que é réu, para que este se transforme em vítima e para que aquele que apura se transforme em réu. Isso é inaceitável! Não vamos aceitar isso! Não vamos aceitar mesmo! Estamos preparados para os chamados episódios sucessivos. Conhecemos como eles se manifestam. Estamos prontos. O nosso Ministro Orlando Silva é uma pessoa honrada, honesta, e não aceita calúnias, nem nós aceitamos calúnias! Nós vamos reagir à altura dos caluniadores. Podem esperar!
O Ministro, quero reafirmar, pediu a instauração de uma tomada de contas especial em junho de 2010, enviando todo o processo ao TCU. O Ministério exige a devolução de R$ 3,6 milhões, atualizados para os valores de hoje. E a avaliação do Ministério é a de que foi esse o motivo para o Sr. João Dias fazer agora acusações de desvio de verbas do Segundo Tempo por um suposto esquema de corrupção. Orlando Silva afirma com veemência ser caluniosa a afirmação de João Dias de que houve entrega de dinheiro nas dependências do Ministério. Evidentemente, o Ministro tomará as medidas legais pelas calúnias que lhe são assacadas. Esse Sr. João Dias já é réu em ação civil pública proposta pelo Ministério Público Federal em decorrência das irregularidades na execução dos convênios, denunciadas pelo Ministério do Esporte.
Estou achando que há gente achando que estamos num local grande demais para nós: Olimpíada, Comitê Olímpico Internacional, Copa do Mundo, Fifa, CBF. Deve haver gente achando que isso é grande demais para nós: “O que esse Partido pequeno, comunista, está fazendo aí?”. Deve haver gente achando isso. O certo é que pegamos esse Ministério pequeno mesmo, mas hoje ele é grande. Hoje, ele tem grande visibilidade. Hoje, ele é respeitado, pois contribuiu para conquistas inestimáveis para o nosso País, num processo em que o País também começou a se pôr de pé.
Por isso, temos toda a tranquilidade do mundo. O nosso Ministro reafirmou, ontem mesmo, depois de uma matéria fantástica do Fantástico... Digo que foi fantástica, porque não conseguiu dizer nada, não conseguiu dizer que uma ONG que trabalha para instituições da própria Rede Globo teria alguma irregularidade. No final, o Ministro se apresentou, falou dos assuntos. E estamos tranquilos, porque sabemos o que estamos fazendo, Sr. Presidente.
Quero reafirmar que temos muito cuidado com as coisas. É muito difícil o nosso Partido sair levantando acusações contra A, B, C ou D. Fomos oposição durante muitos anos no plano federal e no plano de Estados e de Municípios. Os chamados indícios são usados hoje para tentar caluniar as pessoas. Há uma carrada de indícios para propormos investigações de A, B, C ou D, mas conhecemos o que é transformar um indício em uma calúnia no Brasil e enlamear, sujar e emporcalhar a honra das pessoas.
Ando pelo Senado da República e considero as pessoas honradas aqui. Mas imagino que, se alguém quisesse lhe assacar qualquer indício, você seria enxovalhado, porque a maioria aqui já passou em governos de Estado, em Prefeituras, já assumiu Ministérios, e não falta avaliação do Tribunal de Contas a respeito da passagem de qualquer um aqui em qualquer instituição dessa ordem.
Por isso, queremos conduzir o assunto com a tranquilidade necessária. A sua ideia de escandalização é uma grosseria, que nós não vamos também aceitar. O nosso Ministro vai estar no Congresso Nacional, na Câmara, amanhã. Nossa ideia é a de que já pudéssemos fazer uma ação conjunta com a Comissão de Fiscalização e Controle do Senado, mas, se isso não for possível, faremos uma, duas, três, quatro, quantas forem necessárias. O Orlando está à disposição, totalmente à disposição. Esse tipo de gente, esse tipo de jornalismo precisa também ser desmascarado. Nós vamos fazer isso aos poucos, mas vamos fazê-lo.
Amanhã, iniciaremos essa bateria aqui, no Congresso Nacional. Vou esperar, porque, talvez, muita gente vá ter de dar a mão à palmatória. Se há alguém que tem interesse em fazer com que as coisas corram com tranquilidade no Ministério do Esporte, esse alguém é o PCdoB. Nós somos os primeiros a tomar a iniciativa na Câmara e no Senado. Nenhum outro, mesmo com a oposição tendo seu direito, tomaria a nossa frente, quando envolve o nosso nome e o nome de lideranças do nosso Partido. Nós queremos ver isso apurado. Nós viremos aqui toda hora, Senador Alvaro Dias, Senador Suplicy e Senador Paulo Paim. Nós estamos à disposição. Mas calúnia não! Nós não a aceitamos!
Muito obrigado.
O Ministro e o Bandido
19 de Outubro de 2011 - 16h38 – WWW.vermelho.org.br
O historiador baiano Ricardo Moreno conheceu o ministro Orlando Silva desde quando eram estudantes. Jovem, de família de trabalhadores, negro e nordestino, Orlando representa, diz Moreno, a tradição comunista de noventa anos de lutas populares em defesa das mais avançadas bandeiras deste país.
Por Ricardo Moreno [*]
Estive casado com Cacilda durante onze anos, e me lembro bem a forma emocionada com a qual certa vez ela se referiu a entrevista dada pelo ministro dos Esportes a um canal de televisão. Lembrava do colega do ginásio, no Colégio Estadual João Florêncio Gomes, que fica no bairro da Ribeira, da construção do Grêmio Estudantil, algo marcante em sua juventude. Os olhos mareados da mãe dos meus filhos, Lucas e Jamile, a remetiam ao menino preto, cheio de sonhos, que crescera nas ruas pobres do Lobato, subúrbio de Salvador.
Eu já conhecia Orlando da militância no PCdoB, e quando cheguei ao DCE da UFBa, o cara já estava na UNE, e logo se consagraria como o primeiro negro a ser presidente de uma das maiores instituições dos movimentos sociais do Brasil. Sempre que o encontrava, em Salvador, ele fazia questão de me perguntar da sua antiga amiga.
Pois bem, o jovem Orlando tornou-se ministro dos Esportes. Mas não apenas isso, o maior ministro dos Esportes que esse país já teve. Organizou o vitorioso Pan do Rio, trouxe para o Brasil a Copa do Mundo e as Olimpíadas, e com isso vem mobilizando muitos recursos, gerando empregos e promovendo melhorias nas grandes cidades brasileiras. Além disso, promoveu importantes iniciativas, como o projeto Segundo Tempo, investimentos nunca antes vistos no desenvolvimento esportivo nacional, e tem enfrentado com coragem esquemas poderosos e viciados como os do futebol, por exemplo.
Fico imaginando o quanto o sucesso desse menino preto, pobre, e comunista, pode impactar na cabeça dos conservadores. O temor da revolução haitiana deve ser um fantasma que habita no inconsciente desta elite branca.
Vendo suas representações políticas cada vez mais isoladas e perdendo espaço, estas elites há muito vem se agarrando desesperadamente em práticas fascistas de comunicação, se aproveitando do monopólio privado da mesma, especialmente na TV, grandes revistas e jornais para, por meio de campanhas difamatórias, tentarem desestabilizar o governo, desde Lula, e agora, mais intensamente, Dilma.
Para mirar seus estilingues em Orlando, escolheram a Veja, um quase panfleto que é editado nos quintais das casas de tucanos, e cuja ausência de ética e credibilidade pública é notória, por isso mesmo, despudorada e ideal para emitir lixo em forma de reportagem, sem nenhuma limitação em fazê-lo. E como acusador lá veio um tal João Dias, um policial militar que estranhamente possui um BMW, um Camaro, uma Frontier, uma mansão de R$ 2 milhões e tem 11 processos nas costas, e que com os holofotes do sucesso garantido pela mídia golpista declara: “Não sou bandido, sou polícia”.
Mas o que passou desapercebido aos manipuladores do PIG é que Orlando representa a tradição de noventa anos de lutas populares em defesa das mais avançadas bandeiras deste país. Como diz uma frase lançada na campanha em solidariedade ao ministro, são noventa anos e não noventa dias, esse Partido Comunista do Brasil.
Surpreendendo a todos, Orlando se apresentou imediatamente, e voluntariamente, ao Congresso Nacional, abriu seus sigilos fiscal, bancário e telefônico. Solicitou que a Procuradoria Geral da República, o Ministério da Justiça, a Polícia Federal e a Comissão de Ética Pública da Presidência investiguem todas as denúncias de desvio de dinheiro público e corrupção, também se colocou à inteira disposição da Câmara, do Senado Federal e do Tribunal de Contas da União, para prestar todos os esclarecimentos necessários. É como disse a minha amiga Olivia Santana: Quem não deve não teme!
Enquanto isso, o bandido posudo de acusador, fugira de prestar depoimento à PF alegando problemas de saúde. No entanto, o deputado Delegado Protógenes (PCdoB-SP) pediu às comissões de Turismo e Desporto e de Fiscalização e Controle que encaminhem um ofício à Polícia Federal informando o comparecimento do mesmo João Dias a uma reunião no gabinete da liderança do PSDB, sem apresentar problema de saúde algum. O militar está envolvido num esquema de desvio de recursos do programa Segundo Tempo comandado pelo Ministério dos Esportes.
Além disso, o militar anuncia ter provas do envolvimento de pessoas do ministério, mas não as apresenta. Protógenes cobrou que caso as ditas provas existam, elas precisam ser apresentadas rapidamente à Polícia Federal, instituição que tem a responsabilidade de investigar denúncias contra ministros de Estado e capacidade técnica para periciar provas.
Pois é, mexeram com o vespeiro errado, apoiados em uma bengala torta. Vendo a coragem e firmeza de Orlando, sinto um imenso orgulho de ser comunista, mas tenho certeza de que este ainda não alcança o tamanho do orgulho que Cacilda deve estar sentindo daquele seu velho amigo!
(*) Professor de História UNEB; doutorando em História na UFF; editor da Revista D
90 ANOS NÃO SÃO 90 DIAS
Em artigo, o secretário de Comunicação do PCdoB-SP, Fernando Borgonovi, analisa a resposta da militância comunista à campanha de calúnias que busca atingir o ministro do Esporte e o Partido.
19 DE OUTUBRO DE 2011 - 14H38 - WWW.VERMELHO.ORG.BR
O linchamento político em curso contra o camarada Orlando Silva, ministro do Esporte, indignou a todos nós, militantes comunistas. Em meio à tormenta e à resistência, um aspecto foi, ao meu ver, pouco explorado e nele reside uma diferença comparativa favorável ao PCdoB dentre a seara partidária nacional. Essa "diferença" tem nome, sobrenome, CPF e crediário nas Casas
Bahia: é a militância.
Digo isso, correndo o risco de parecer óbvio, porque julgo um feito raro o que realizamos nos últimos dias. A postura "natural" diante de uma capa de Veja, somada a um Jornal Nacional, arrematados por 13 minutos de Fantástico, seria a prostração, o recolhimento.
Ocorre que com o PCdoB foi diferente. Desde sábado, foi um final de semana de mobilizações. Ninguém recuou, ninguém cedeu, ninguém ficou magoadinho. Alimentada pela reação firme, de bate-pronto, de nosso ministro e de nosso presidente Renato Rabelo, a infantaria avançou para não recuar.
Já na noite de domingo a militância comunista mostrou que não aceitaria passivamente o enchovalhamento de um destacado dirigente e do Partido que tantos deram a vida para trazer onde está hoje. Pelo twitter, ferramenta que pegou especialmente para a política, os comunistas - por iniciativa pioneira da aguerrida UJS - deram a cara a bater com a campanha #souorlandosoubrasil.
Em poucas horas, o movimento escalou o Aconcágua: foi a segundo lugar no top trend no Brasil. Alguém poderá querer limitar o valor da iniciativa por envolver a internet, mas estará enganado. Ter a presença de espírito para tomar a ofensiva em tema tão intrincado e de tamanha repercussão negativa entre os brasileiros é, para dizer o mínimo, um ato de coragem e desprendimento.
Mas a conquista do Everest ainda estava por vir. Entre a noite de domingo e a tarde de terça-feira, a hashtag #souorlandosoubrasil computou inacreditáveis 11 milhões de postagens. Atingiu a expressiva marca de mais de 142 mil adesões individuais. Virou notícia em grandes portais e, por fim, fez com que o Twitter censurasse a iniciativa, seguramente por algum motivo
comercial ferido.
A grande repercussão conseguiu furar, ainda que parcialmente, o bloqueio da grande mídia à versão antagônica, à contestação. Mostrou que há, sim, espaço para impingir derrotas nesses conglomerados irresponsáveis que ousam definir, numa reunião de pauta em sala refrigerada, quais serão as próximas cabeças a rolar das guilhotinas, as reputações a serem maculadas.
Um Partido com história e que não se deixa abater
Por fim, a mobilização foi um verdadeiro chacoalhão moral. Sim, porque às vezes, no boteco da esquina, na barbearia ou na fila do mercado, podemos esmorecer, nesta aridez desértica que é a luta contra o pensamento hegemônico.
Não se pode prever como será o desfecho da crise iniciada pelas calúnias contra o ministro e nosso Partido. Mas, de todo modo, a militância comunista já deu prova notável do que é o PCdoB nos dias de hoje. Um partido moderno, renovado, que busca ampliar sua influência em todas as áreas, utilizando todas as formas de luta, que prefere não se acomodar ao fácil destino de virar seita e nem teme os desafios do presente.
Um Partido que é comunista e, portanto, é de classe e é de militância. Que se orgulha de seus líderes de hoje, que honra a memória de seus líderes e herois pretéritos. Um Partido que esteve em cada lance, em cada luta travada pela grandeza do Brasil e de seu povo desde o início do século passado. Que sangrou em defesa da liberdade e da democracia e, por isso mesmo, não se curvará nem por um instante à sanha dos que desejam negá-las, através da calúnia e do linchamento político e moral.
Um Partido que tem acertos e erros, porque tem uma linda e viva história de 90 anos. E 90 anos, cá entre nós, não são 90 dias.
Fernando Borgonovi, secretário de Comunicação do PCdoB-SP
Os homens de bem apoiam Orlando contra as calúnias da Veja
http://www.vermelho.org.br/ 19/10/2011
As calúnias lançadas contra o ministro do Esporte Orlando Silva e contra seu partido, o PCdoB, por uma revista ignóbil publicada na capital paulista, é o melhor exemplo da necessidade, da imposição, de uma legislação para regular a mídia e democratizar os meios de comunicação. Dando voz a um bandido processado pela justiça, a revista Veja iniciou um linchamento público do ministro e seu partido a partir de acusações feitas pelo autor das calúnias como forma de tergiversar o crime cometido por ele próprio, a apropriação de recursos obtidos em convênios assinados com o ministério do Esporte em 2006 e 2008, sem a menor preocupação em tornar realidade os compromissos assumidos.
Não há pessoa de boa fé que possa dar crédito a um acusador – o policial militar João Dias Ferreira – que lança mentiras, e é acolhido por uma revista que se apresenta como séria, justamente em retaliação contra a atitude correta tomada pelo ministério do Esporte, de acioná-lo policialmente e judicialmente por não cumprir os convênios assinados com o programa Segundo Tempo e embolsar os valores correspondentes. E contra quem correm na justiça onze processos criminais. O Ministério do Esporte exige que o caluniador devolva mais de R$ 3 milhões dos quais se apropriou.
O caluniador alega, sem provas, que há um conluio para desviar dinheiro público no Ministério do Esporte, e aumenta a mentira para atingir o Partido Comunista do Brasil dizendo que eram recursos destinados ao partido.
O conjunto de mentiras vem sendo desmascarado por Orlando Silva e pelo PCdoB desde o sábado, dia 15, quando o panfleto da editora Abril chegou às bancas de jornal. As denúncias, acusou o ministro, “foram feitas por bandido". Orlando Silva repudia “veementemente as falsidades publicadas. Esse é o ponto de partida, porque é inaceitável que mentiras cuja fonte são bandidos, criminosos, tenham a repercussão que tiveram”. E tomou imediatamente as medidas inadiáveis num caso escabroso como este: pediu que os órgãos investigatórios do governo (Polícia Federal, Ministério Público Federal e Controladoria Geral da União) entrassem no caso para restabelecer a verdade. Abriu todos seus sigilos (bancário, telefônico e fiscal) e pediu para ser ouvido pela Comissão de Ética Pública da Presidência da República para “demonstrar a farsa publicada na revista Veja”, além de insistir em comparecer a uma audiência pública na Câmara dos Deputados para prestar esclarecimentos. A audiência ocorreu na tarde de hoje (dia 18) e dela ele “saiu maior do que entrou”, como opinaram vários parlamentares, nem todos da base de apoio ao governo, impressionados com a firmeza e qualidade de argumentação do ministro e com a consistência dos dados apresentados que atestam a lisura com que o ministério gerencia seus programas, controla seu desenvolvimento e fiscaliza a aplicação do dinheiro público.
Quem ganha com as acusações falsas acolhidas pelo mau jornalismo da revista Veja? Pode-se pensar em algumas hipóteses. A mais visível é a compulsão em promover ataques de baixo nível contra o governo da presidente Dilma Rousseff. Mal as calúnias chegaram às bancas, levantou-se o coro direitista e conservador entoando ladainhas como “mais um”, pedindo a demissão do ministro alegando a lisura da investigação, apontando para “dificuldades” do governo, prenunciando mais uma crise no capítulo da “faxina”. A pronta reação do governo, iniciada pela própria Dilma Rousseff, não deu aval a estes pregoeiros da crise.
Há também a intensão clara de atacar o PCdoB que vive, nestes últimos anos, um dos melhores momentos de sua longa e profícua história de 90 anos a serviço do socialismo, da democracia, dos trabalhadores e da Pátria. História que a calúnia tenta enxovalhar mas sem êxito, pois se defronta com o sentimento nacional que valoriza o partido e sua trajetória, como ficou claro pelo depoimento de vários parlamentares durante a audiência em que o ministro desmontou a farsa e na reação de muita gente contra as mentiras publicadas pela revista.
Estas hipóteses frequentam o campo político e traduzem a luta de classes em baixo nível praticada pelos conservadores e pela direita que, incapazes de enfrentar o governo federal e o Partido Comunista do Brasil no campo das ideias e das propostas, tentam arrastá-los para o charco em que convivem e no qual se debatem
Charco ilustrado pela outra hipótese que emerge neste caso. É no mínimo curioso pensar que esta acusação surge exatamente no momento em que o governo brasileiro enfrenta a pretensão descabida da FIFA de eliminar a meia-entrada para jovens e idosos na Copa do Mundo de 2014, permitir o consumo de bebidas alcóolicas durante os jogos, e pede o endurecimento da lei contra a pirataria para proteger seus interesses na venda de quinquilharias ligadas àquele evento esportivo.
A atitude da presidente Dilma Rousseff foi de recusa firme contra esta intromissão da FIFA na soberania brasileira, deixando claro que a lei precisa ser cumprida, e será. E o ministro Orlando Silva é o executor dessa política, não apenas por ser membro do governo, mas por convicção pessoal, política e patriótica.
A defesa do governo e do ministro Orlando Silva significa a defesa da transparência e honestidade na aplicação dos recursos públicos. A calúnia contra o ministro foi a forma canhestra de vingança de um desclassificado que é réu em um processo iniciado pelo Ministério justamente por ter embolsado dinheiro público e não cumprir as obrigações estipuladas pelo convênio que assinou.
O criminoso tenta se vingar da autoridade que cumpre a lei. Defender o governo e o ministro tem, assim, o sentido republicano de colocar o interesse público acima de tudo e exigir que a lei seja cumprida. Defender o ministro e o governo significa também lutar contra a imprensa de baixo nível, caluniosa e irresponsável, e fixar o princípio de que o serviço público prestado pelos meios de comunicação é difundir a verdade e não a mentira. Exigir o cumprimento do princípio democrático de que todos são responsáveis por seus atos e palavras e pela preservação intransigente da honra e da integridade das pessoas, que não podem ficar à mercê das calúnias acolhidas por veículos de comunicação que desinformam e usam a luta contra a corrupção como um biombo frágil para esconder interesses que não podem confessar.
Contra a Veja, contra a mídia caluniadora, Orlando Silva tem o respeito de seu partido, de seus camaradas, dos homens de bem e daqueles que querem, de fato, varrer do cenário público práticas corruptas e mentirosas que a sociedade brasileira condena e não aceita mais. "Estou confiante para que a verdade seja reestabelecida, não é possível que um criminoso se converta numa fonte de verdade", disse o ministro. Ele tem razão, e a parte do país que quer a democracia, o progresso, o bem estar do povo e a luta política limpa e às claras, está com ele!
SUS NA UTI
domingo, 16 de outubro de 2011
As fontes sinistras da revista Veja
Por Altamiro Borges
Atacado em sua honra pela revista Veja, o ministro dos Esportes, Orlando Silva, foi rápido nas respostas. Ainda de Guadalajara, no México, onde participou da abertura dos Jogos Pan-Americano, ele solicitou que a Polícia Federal investigue as denúncias, colocou à disposição o seu sigilo fiscal e bancário e anunciou que refutará as acusações no Congresso Nacional já na próxima semana.
Revoltado com as “invenções e calúnias”, o ministro também explicitou que não vai se intimidar. Ele está decidido a mover ações judiciais e penais contra os caluniadores e estudará mecanismos para processar a Veja. “Não temo nada do que foi publicado na revista... Estou indignado, porque um bandido me acusa e eu preciso me explicar. Agora, o sentimento é de defesa da honra”.
Métodos criminosos lembram Murdoch
A revolta de Orlando Silva é compreensível. Afinal, a Veja utilizou um sujeito de biografia sinistra, “um bandido”, como fonte para sua “reporcagem”. João Dias Ferreira não apresenta qualquer prova concreta, faz apenas insinuações maldosas. No mínimo, uma revista séria – e não um pasquim partidário dos métodos criminosos do império Murdoch – averiguaria a trajetória da sua fonte.
O noticiário da mídia de meados do ano passado é farto em denúncias sobre as ações criminosas do policial João Dias, que desviou recursos do Programa Segundo Tempo para construir uma mansão e três academias de ginástica. Bastaria ao repórter da Veja ler o que publicou o jornal Correio Braziliense, em 1º de abril de 2010:
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Operação Shaolin prende cinco suspeitos de desviar R$ 2 milhões do Ministério dos Esportes
Por Ary Filgueira e Lilian Tahan
Cinco pessoas estão presas na Divisão Especial de Combate ao Crime Organizado (Deco) suspeitas de participar de desvio de dinheiro repassado pelo Ministério do Esporte. O policial militar João Dias Ferreira, Demis Demétrio Dias de Abreu, Flávio Lima Carmo, Miguel Santos Souza e Eduardo Pereira Tomaz foram detidos às 6h da manhã desta quinta-feira (1º/4) por agentes da Polícia Civil do Distrito Federal, numa operação chamada Shaolin, que tem a participação do Ministério Público do DF.
O grupo, que era liderado pelo PM, falsificou 49 notas frias para retirar o dinheiro repassado pelo Ministério dos Esportes a entidades sociais conveniadas com o Programa Segundo Tempo do Governo Federal. A verba aproximada, ao longo de três anos (2006/07 e 08), foi de R$ 3 milhões. O dinheiro seria destinado a programas sociais, em atividades esportivas para 10 mil atletas carentes de núcleos situados em Sobradinho, mas pouco menos de R$ 1 milhão foi realmente destinado a eles.
O derrame de verba pública saia da Federação Brasiliense de Kung-Fu (Febrak) e da Associação João Dias de Kung-Fu, Esportes e Fitness. Esta última é uma organização não-governamental e leva o nome do soldado da 10ª Companhia de Polícia Militar Independente. Ele é dono de duas academias em Sobradinho: Thisway Fitness e Wellness Ltda., usada para lavar dinheiro desviado, situada no primeiro piso do Sobradinho Shopping.
Além das academias, os agentes cumpriram mandados de busca e apreensão, autorizados pela 3ª Vara Criminal de Brasília, nas residências dos acusados, entre elas, na luxuosa casa onde reside o casal João Dias e Ana Paula Oliveira de Faria, 33, também apontada como integrante da quadrilha. O imóvel do PM fica num condomínio luxuoso de Sobradinho e foi arrestado pela Justiça.
A investigação surgiu em junho de 2008 com o cumprimento de mandado de busca e apreensão no escritório de um dos apontados no esquema: o contador Minguel Santos Souza, 54, situado na 711 Norte. Na ocasião, os policiais localizaram 49 notas fiscais emitidas pelas empresas Infinita e Serviços Gerais Ltda. e JG Comércio de Alimentos Preparados e Serviços Gerais Ltda. administradas por Miguel.
Os documentos foram emitidos em favor da Febrak e da Associação João Dias de Kung-Fu. Elas descreviam a venda de kimonos da luta marcial, jogos de xadrez, dominó, dama, varetas e gêneros alimetícios no valor de R$ 1.999.850,58. Foram apresentadas na prestação de contas ao Ministério dos EsportesApós análise na Seção de Perícias Contábeis do Instituto de Criminalística da Polícia Civil, descobriram que tais notas eram consideradas frias.
Segundo a PCDF, as duas entidades receberam um total de R$ 2.962.998 milhões do convênio com o Programa Segundo Tempo do Ministérios dos Esportes. Destes, o grupo do soldado João Dias é acusado de desviar R$ 1.999.850,58 milhão. Os acusados estão detidos por força de um mandado de prisão temporária com validade de cinco dias. Mas, com o avanço das investigações, pode ser que a pena provisória dobre ou até seja comutada para uma preventiva de 30 dias.
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O uso de mercenários
O uso de fontes desqualificadas já virou moda na mídia nativa – que se acha acima das leis e não teme qualquer represália. No ano passado, o Jornal Nacional serviu-se do ex-presidiário Rubnei Quicoli para caluniar a candidata Dilma Rousseff. Em setembro último, em audiência na 9ª Vara Cível, o mercenário desmentiu as acusações e “pediu desculpas ao PT”. A TV Globo sequer teve a dignidade de se retratar!
Na edição desta semana, Veja usa o mesmo expediente sórdido. Neste caso, ela simplesmente requentou velhas denúncias. Na campanha eleitoral de 2010, o policial João Dias Ferreira fez campanha para a esposa do “ético” Joaquim Roriz, candidata derrotada ao governo do Distrito Federal. O caluniador não é uma pessoa isenta. Tem lado político e virou um opositor feroz do governador Agnelo Queiroz (PT).
Agora, ele ataca o ministro Orlando Silva, até como represália pelo Ministério do Esporte ter suspenso os convênios e exigido a restituição do dinheiro roubado. Dá para confiar numa fonte como esta?
As relações entre Globo e Teixeira
Por José Augusto, no blog Os amigos do presidente Lula:
Causa profunda estranheza o esforço que a TV Globo e a revista Veja estão fazendo para derrubar o ministro do Esporte, Orlando Silva, sem se preocupar em apurar a verdade dos fatos.
Sabe-se que as denúncias são fracas, os denunciantes suspeitos, com comportamento suspeito, enquanto o ministro comporta-se de forma destemida, como quem enfrenta máfias. Mesmo assim a TV Globo e a revista Veja fazem de tudo para não procurar a verdade e forçar a barra só no noticiário negativo de bate-boca e boatos, não concedendo o princípio da presunção de inocência até que apareçam provas.
A TV Globo tem uma profunda relação de parceria em negócios com os cartolas do futebol brasileiro, cuja figura máxima é o presidente da CBF, Ricardo Teixeira.
A Globo ganha todas, e sem concorrência, sabe-se lá como: os direitos de transmissão do Brasileirão e dos jogos da Seleção Brasileira, em negociações entre quatro paredes sem qualquer transparência pública.
O governo Dilma, através do ministro do Esporte, tem contrariado interesses da FIFA e da CBF. Tem publicado tudo sobre a Copa-2014 no portal da transparência. Talvez esteja contrariando interesses cruzados da TV Globo, sem saber.
Um interessante caminho para desvendar essa caixa-preta do futebol brasileiro é seguir o dinheiro.
O escândalo de subornos na FIFA, que atinge o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, teve seu estopim em 2001, cuja causa é atribuída ao pagamento de 60 milhões de dólares feito pela TV Globo por direitos de transmissão da Copa de 2002.
Relembre essa notícia de 2008, publicada na imprensa Suíça, a partir do documento de 179 páginas do Tribunal Penal de Zug, na Suíça:
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Tribunal suíço faz graves acusações à Fifa
O Tribunal Penal do cantão (estado) de Zug, na Suíça, publicou detalhes da sentença proferida em julho passado sobre o caso de corrupção envolvendo a ISL, em que os juízes fazem sérias acusações contra a Fifa.
O documento de 179 páginas comprova que, através de empresas, fundações e "caixa dois" do conglomerado ISL/ISMM, foram pagos subornos no valor de 138 milhões de francos (US$ 115 milhões) a altos dirigentes esportivos.
Seis executivos do grupo ISL/ISMM, ex-número 1 do marketing esportivo mundial, foram levados ao banco dos réus no julgamento iniciado em Zug no começo deste ano. Três deles foram inocentados. Os outros três – incluindo o "homem do cofre" Jean-Marie Weber – levaram multas.
Além dos 138 milhões transferidos às contas de cartolas em todo o mundo, ainda estavam previstos mais 18 milhões de francos para propinas, mas este dinheiro acabou sendo bloqueado por ocasião da falência da firma em 2001.
Inicialmente, em 2001, a Fifa havia dado queixa contra a ISL/ISMM, supostamente por causa de um pagamento antecipado de 60 milhões de dólares feito pela TV Globo por direitos de transmissão da Copa de 2002, que a ISMM teria desviado para uma conta "secreta" em Liechtenstein, fora do controle da Fifa. Em 2004, surpreendentemente, a Fifa declarou não ter mais interesse em um processo penal. "Isso nunca foi justificado", lê-se na sentença do tribunal.
Argumentação "confusa"
O texto da sentença agora acusa a Fifa de ter tido um "comportamento enganoso, que, em parte, dificultou a investigação". A cooperação da entidade máxima do futebol com o juiz encarregado do caso "nem sempre ocorreu em conformidade com o melhor entender nem foi baseada no princípio da fidelidade e credibilidade".
Segundo a sentença citada por vários jornais, na terça-feira (25/11), a Fifa teria "silenciado" sobre conhecimentos internos e usado deliberadamente uma argumentação "confusa". Por isso, a entidade foi obrigada a pagar uma parte dos custos de investigação.
Durante o processo, advogados dos acusados chegaram a fazer graves denúncias de cumplicidade. Por exemplo, dois presidentes da Fifa, Joseph Blatter e seu antecessor, o brasileiro João Havelange, teriam exigido a permanência do "homem do cofre" Jean-Marie Weber no comando da ISL. Do contrário, não seriam mais firmados contratos com a agência.
Desta forma, os pagamentos teriam obtido o status de "acordos formais obrigatórios". Na linguagem oficial, os pagamentos de subornos eram chamados de "custos de compra de direitos". O sistema de fraude teria sido instalado com ajuda de autoridades fiscais suíças e renomados escritórios de advocacia, conforme documenta a sentença.
Isso foi facilitado pelo fato de o suborno de pessoas físicas (este é o status dos cartolas do esporte), pela lei Suíça da época, no período de 1989 a 2001, não era crime. Para poder declarar os contratos bilionários da ISL com a Fifa, o COI, a Uefa, Fina, Fiba, ATP, FIAA, entre outras, como "contrários aos bons costumes", era necessário haver contratos entre corruptores e corrompidos.
O "homem do cofre"
Jean-Marie Weber, que ainda trabalha para a Federação Internacional de Atletismo (FIAA), a Federação Africana de Futebol e tinha credenciamento do COI para os Jogos Olímpicos de Pequim, conhece os nomes de todos os que receberam dinheiro da ISL. Numa entrevista, ele disse que levará esses nomes para o túmulo.
A sentença resume as informações escritas e orais sobre práticas de corrupção de quatro dos seis acusados. Através dessas informações e do texto de acusação da Promotoria Pública de Zug, é descrito um sistema pelo qual a ISL dominou o esporte mundial durante 20 anos.
Segundo o jornal suíço NZZ, embora a maioria dos "beneficiados" mencionados na documentação do processo continue nos seus cargos – como, por exemplo, os membros do Comitê Executivo da Fifa Nicolas Leóz (Paraguai) e Ricardo Teixeira (Brasil) –, nenhuma entidade esportiva tomou iniciativas de esclarecimento.
O processo envolvendo a ISL ainda não está completamente concluído. Duas investigações ainda estão em curso para descobrir o paradeiro de mais receptores de propinas. Além disso, ainda não esclarecido se a Fifa pagou ou não 2,5 milhões de francos a Jean-Marie Weber para fechar um assim chamado "acordo para ocultar a corrupção".
Orlando Silva e a mídia seletiva
Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:
Ontem à noite, o ministro Orlando Silva apareceu no programa da Rede Globo “Fantástico” em uma matéria que, para o público, deixou poucas dúvidas de que os acusadores desse ministro e do seu partido (PC do B) – e, por tabela, do ex-presidente Lula e da presidente Dilma, que o nomearam – estão falando a verdade.
Esse tom da imprensa de apoio irrestrito à versão dos acusadores de Silva é muito mais forte na revista Veja. Na publicação, ao acusado pela sua matéria só resta demissão e, em seguida, o cárcere. A palavra de pessoas acusadas, processadas e até presas por formarem uma quadrilha é tomada como expressão da verdade.
Os programas de tevê e rádio, os editoriais, as colunas, as análises, as cartas de leitores, as manchetes e até as pretensas reportagens já condenaram os acusados pela Veja – entre os quais está um partido político inteirinho –, mas inexistem em escândalos envolvendo os adversários políticos desses acusados.
O escândalo sobre as emendas parlamentares ao Orçamento do governo de São Paulo, que envolve deputados da base de apoio ao governo Geraldo Alckmin, não saiu na Veja, não saiu no Fantástico e, sobretudo, o governo Alckmin e seu partido inteiro não foram alvo da condenação opinativa da grande mídia. Ninguém ousa tratar casos iguais com igualdade.
Todos essas matérias contra Orlando Silva e seu partido não ocorrem no caso paulista apesar de também ter um denunciante que acusa e faz ameaças como o que acusou e ameaçou o ministro. E o que é pior: quem acusa o ministro e seu partido é alguém com graves problemas com a lei e quem acusa o governo Alckmin e sua base de apoio é um parlamentar contra quem, ao menos até aqui, não pesa denúncia alguma.
Este blogueiro apoiaria a imprensa se tratasse os dois casos da mesma forma. Se o fato de haver um denunciante que militava na base de apoio do governo Dilma torna a denúncia contra o PC do B verdadeira, por que o fato de haver um denunciante da base de apoio do governo Alckmin não torna sua denúncia igualmente verdadeira?
Por que esses colunistas que já julgaram e condenaram um lado não condenam o outro se os elementos de prova são idênticos? Por que a denúncia de baixa credibilidade de um elemento como o policial militar João Dias Ferreira contra o governo Dilma é mais forte do que a denúncia de alta credibilidade de um deputado como Roque Barbiere contra o governo Alckmin?
Conclusão inescapável: o caso das emendas parlamentares ao Orçamento de São Paulo só difere do caso das ONGs do ministério dos Esportes na cobertura jornalística. Quem, então, terá coragem de perguntar ao vivo – e, se possível, no Jornal Nacional – por que casos iguais são tratados com tanta diferença?
A Copa e a denúncia requentada
Por Luis Nassif, em seu blog:
Vamos tentar encaixar algumas peças nesse quebra-cabeças do Ministério dos Esportes.
Como tenho escrito seguidamente, a velha mídia tem sua prateleira de escândalos reais ou potenciais, com indícios ou sem provas, velhos ou novos, que são utilizados de acordo com as conveniências do momento.
Duas questões chamam a atenção: independentemente do mérito ou da veracidade, as duas denúncias contra o Ministério dos Esportes são velhas. A da Veja já tinha sido levantada na própria campanha eleitoral de Brasília – conforme vocês conferiram no Blog. A do Fantástico já tinha sido denunciada pelo Estadão no início do ano.
A ONG do PM de Brasília desviou R$ 4 milhões do Ministério e seus proprietários foram presos e respondem a processos. Na época contou para o Correio Braziliense a mesma história que contou para a Veja. O Correio queria atingir a campanha de Agnelo; Veja queria atingir Orlando Silva. Pelo próprio blog do acusado, fica-se com a sensação de que a revista pegou o mesmo depoimento e trocou o nome de Agnelo pelo de Orlando.
A tal ONG da pivô de basquete Karina tinha convênio antigo. Como as prefeituras podiam fechar convênio diretamente com o Ministério, é evidente que sua ONG se beneficiou dos contatos no Ministério para oferecer os serviços às prefeituras. Conseguiu atuar em 17 cidades.
É uma das ONGs investigadas no programa Segundo Tempo.
O Programa, de estímulo ao esporte nos municípios, tem 350 convênios, pelo menos 10 problemáticos. Nenhum convênio com prefeitura deu problema; todos os problemáticos são com ONGs.
Quando assumiu, Dilma Rousseff ordenou que fossem suspensos todos os convênios com ONGs. O que foi feito.
Qual o objetivo de requentar as denúncias?
Uma hipótese seria o endurecimento do governo com a Fifa, nas negociações da Lei Geral da Copa – normatizada há duas semanas.
Três pontos ficaram pendentes e foram questionados pela Fifa:
1. Meia entrada para idosos, que é Lei Federal.
2. Meia entrada para estudantes, que depende da legislação de cada estado.
3. Venda de bebidas nos estádios.
Mas houve um quarto ponto, que foi o direito de imagem a todas as emissoras de televisão, de filmar de dentro do estádio. Na Copa da África do Sul, a filmagem poderia custar sete anos de prisão para os envolvidos.
Este ponto pode ter sido o deflagrador do movimento requenta-denúncia.
A cobiça pelo Ministério do Esporte
Por José Dirceu, em seu blog:
"Uma pessoa que já foi presa e é alvo de um inquérito policial vira a fonte da verdade. Coloco-me à disposição para ir ao Congresso dar explicações. Um bandido me acusa e eu tenho que me explicar". Esta foi a primeira reação do ministro dos Esportes, Orlando Silva, ao responder à matéria principal da revista Veja desta semana, na qual ele é acusado de receber dinheiro de ONGs.
O ministro emitiu nota desmentindo ponto a ponto da matéria e adiantou que já forneceu explicações ao governo. O principal denunciante na reportagem é um policial militar de Brasília, dono de academias de esportes e dirigente de ONGs que lhe possibilitaram firmar convênios com o Ministério dos Esportes, dentro do Programa Segundo Tempo.
O denunciante foi processado e preso sob a acusação de que não aplicou devidamente os recursos obtidos com essas parcerias. Segundo integrantes do PC do B, há meses, a partir do momento em que o Ministério passou a lhe cobrar legalmente a devolução de R$ 3 milhões desviados desses convênios, ele passou a achacar pessoas da Pasta e a ameaçar usar a imprensa para passar a acusação que fez.
Desde que foi criado no governo FHC o Ministério dos Esportes era considerado inexpressivo. Há algum tempo, porém, com os milhões que tem de administrar em obras para a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 no Brasil tornou-se muito cobiçado. O Ministério peita, ainda, interesses poderosos - inclusive da parte da FIFA - que querem derrubar a meia entrada e a venda de bebidas alcoólicas em estádios na Copa do Mundo no Brasil.
As bobagens na denúncia da UOL
Enviado por luisnassif, ter, 18/10/2011 - 13:40
Por Fernando Souza Jr
Comentário no post "Orlando: o negócio da China que não era da China"
Além desta questão lógica, há outros absurdos na matéria, sobretudo do ponto de vista jurídico:
1) servidão de passagem não é espécie de desapropriação. Isso é uma bobagem sem tamanho. Na servidão de passagem não há qualquer modificação na propriedade do imóvel, logo não há "desapropriação". São figuras jurídicas absolutamente distintas.
2) a matéria induz o leitor desavisado a acreditar que o ministro comprou o terreno para faturar com futura desapropriação (mesmo depois admitindo que não desapropriação, e sim servidão de passagem). E afirma que o ministro, por ter proximidade com a Petrobrás, pode negociar um preço melhor na futura desapropriação. Ora, qualquer pessoa minimamente informda sabe que processo de desapropriação não é um negócio entre particulares, onde se pode barganhar um preço melhor. E a maioria esmagadora das desapropriações hoje em dia são feitas amigavelmente mediante intermediação do Ministério Público e do Poder Judiciário, vide os casos das obras do metrô em SP e outras obras da própria petrobrás em que se necessita desapropriar imóveis de particulares.
3) o autor da denúncia afirma que o terreno está em condomínio, depois admite que a escritura não diz isso. Ou seja, para a matéria, o que vale é a palavra do repórter, e não o documento de propriedade do imóvel registrado no cartório de imóveis. Coisa absurda.
4) a matéria "denuncia" que a esposa do ministro é atriz e trabalha para uma companhia teatral patrocinada pela Petrobrás, como se isso por si só fosse algo condenável ou ilegal. A Petrobrás é a grande patrocinadora da cultura nacional. Talvez o jornalista esteja insinuando que ministro de estado não possa ser casado com atrizes. Imagino se ele fosse caso com uma frentista de um posto de gasolina com bandeira BR, que "escândalo" seria...
5) a matéria diz que o ministro mentiu ao dizer que pagou pelo terreno com recursos próprios porque o pagamento teria sido feito com cheque administrativo. Ora, qualquer pessoa que tenha conta em banco pode se utilizar de um cheque administrativo, cujos recursos para compensação saem, evidentemente, da conta do titular. Isso não significa que ele não tenha utilizado recursos próprios para pagar o terreno.
6) A confusão na matéria me parece proposital. Exemplo: ela não esclarece que a compra foi feita juto a um particular. Um leitor mais desavisado pode facilmente concluir, pela precariedade do texto, que o ministro comprou o terreno da própria Petrobrás e agora espera lucrar com futura desapropriação.
7) porque diabos ele devria se identificar como ministro na lista de proprietários a porta do suposto condomínio? Ministro é ocupação, não é profissão. Ele está ministro, não será ministro para sempre. Coisa ridícula.
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