segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Sem surpresas, debate na Rede TV! favorece Dilma

Quem esperava pelo “confronto duro” anunciado pela grande mídia se frustrou. De bloco a bloco, o segundo debate televisivo entre Dilma Rousseff e José Serra, neste segundo turno das eleições presidenciais, lembrou mais o poema de Mário de Andrade e, sem surpresas, foi “sempre um cauteloso pouco-a-pouco”.

Por André Cintra
Promovido pela Rede TV! e pelo jornal Folha de S.Paulo, na noite deste domingo (17), em Osasco (SP), o encontro acabou por beneficiar Dilma – sobretudo por ter acrescentado pouco à campanha. A candidata da coligação Para o Brasil Seguir Mudando não foi tão contundente como no debate anterior, na TV Bandeirantes, uma semana atrás – mas tampouco Serra brilhou.

Por insistência de Dilma, o tema que dominou o embate deste domingo foi o das privatizações. A candidata lembrou o legado privatista dos oito anos de governo FHC (1995-2002) e da gestão de Serra como governador de São Paulo (2007-2010). Quando, por exemplo, a estatal paulista Gás Brasiliano estava prestes a ser vendida para a Petrobras, Serra interveio para privilegiar concorrentes estrangeiras.

“Fala-se de um jeito. Agora, age-se de outro”, disse Dilma sobre um Serra que tentou encarnar a persona de defensor histórico da Petrobras, desde quando “a empresa era adolescente”. O tucano chegou a afirmar que “o governo Lula a Dilma fizeram mais concessões a empresas privadas do que o Fernando Henrique”, mas Serra não justificou tamanho despautério. Teve de justificar, sim, a acusação de Dilma segundo a qual o governo FHC queria rebatizar a Petrobras “no intuito de agradar o mercado internacional para captar dinheiro”.

Serra variou os temas, ainda que suas perguntas partissem invariavelmente da falsa premissa de que o Brasil está abandonado pelo governo federal. Suas perguntas a Dilma questionaram a atuação do governo Lula em saúde, educação, segurança, infraestrutura e combate às drogas, entre outros temas. Nas respostas, réplicas e tréplicas foi que a tática serrista não se alterou. O presidenciável tucano, sob orientação do marqueteito Luiz Gonzales, formatou suas intervenções de olho na propaganda eleitoral – o que colaborou, e muito, para a monotonia do debate.

Calculando até demais certas palavras, Serra não se cansou de repetir slogans, mantras e promessas de sua campanha no rádio e na televisão. Soou como mais do mesmo – um saldo desfavorável para quem está atrás nas pesquisas de intenções de voto. Serra também reclamou que Dilma “só fala de São Paulo”, como se fosse “candidata a governadora”.

Foi a forma de o tucano dizer que evitaria discutir a aprovação automática, a Cracolândia, o PCC e outros cânceres alastrados nos sucessivos governos do PSDB no estado. “O esporte preferido do PT é falar mal de São Paulo”, dissimulou o Serra. “Não, eu tenho admiração pelo povo paulista, que é um povo trabalhador”, respondeu Dilma. “Não confunda a inteligência do povo paulista com as falhas do seu governo.”

Projetos distintos

Já Dilma, com dados a mão, empenhou-se em demarcar diferenças entre os governos de Lula e de FHC. Foi assim quando abordou assuntos mais específicos, como construção de escolas técnicas, investimentos em segurança pública (sobretudo na Polícia Federal) e tratamento a viciados em drogas.

Neste último ponto, coube uma ironia: ao recordar que a política de Serra para tratar usuários de crack atendia a, no máximo, 300 pessoas por vez, Dilma estimou que “vai levar um século” para o PSDB “resolver o problema”. E emendou: “A característica principal do candidato Serra é fazer programa piloto – poucos para poucos”.

Com as perguntas de jornalista para candidato, Serra teve seu momento mais constrangedor no debate. No mesmo bloco em que Dilma manifestou sua “indignação” com as contratações de parentes efetuadas pela ex-ministra Erenice Guerra na Casa Civil, o candidato do PSDB à Presidência teve de encarar o fantasma do engenheiro Paulo Vieira Souza, ex-diretor de engenharia da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A) em São Paulo. Conhecido como Paulo Preto, Vieira é acusado de ter sumido com R$ 4 milhões de dinheiro arrecadado para a campanha presidencial tucana.

“Seu partido critica o governo Lula por não saber do mensalão. Agora surge no noticiário um personagem chamado Paulo Preto. O senhor disse que não conhecia ele e depois disse que o conhecia”, recordou a jornalista Renata Lo Prete, da Folha. “Hoje foi publicado que o senhor empregou uma filha dele em seu governo. Candidato, o senhor sabia disso?”

Serra, engasgado, nada falou sobre a contratação da filha e negou a acusação de no caixa 2 da campanha. O candidato, porém, admitiu não ter controle sobre seus comandados: “Eu não soube (de reclamações sobre Paulo Preto), nunca vieram reclamar”, declarou. Denúncias contra o ex-diretor da Dersa, no entanto, são públicas e notórias desde maio, com as revelações da Operação Castelo de Areia, deflagrada pela Polícia Federal.

Nas considerações finais, Serra, autoproclamando-se “um servidor público”, enalteceu suas origens pobres e a “escola pública”, entre outros clichês. Dilma aproveitou para enfatizar o principal trunfo de sua candidatura. “Tenho a honra de ser apoiada e estar no mesmo do projeto que o maior presidente que este país já teve, que foi o presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, finalizou a candidata.

Segundo dados preliminares do Ibope, o debate na Rede TV! chegou a registrar sete pontos de audiência na Grande São Paulo – ou cerca de 392 mil domicílios. Mas a audiência média foi de modestos 4,3 pontos. Até a realização do segundo turno, haverá pelo menos mais um tête-à-tête entre os candidatos. Será no dia 29 deste mês, a dois dias da eleição, na sempre suspeita TV Globo.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Perfil: Conheça os parlamentares comunistas eleitos em 2010

Perfil: Conheça os parlamentares comunistas eleitos em 2010
A página do PCdoB reúne neste espaço informações e perfis dos comunistas eleitos ou reeleitos para os mandatos de senador (1) e deputado federal (15). Os novos parlamentares passam a atuar no Congresso em 2011 e terão a responsabilidade de continuar e avançar no trabalho que tem sido feito pelo partido ao longo dos últimos anos, visando levar o Brasil a um patamar ainda mais avançado de desenvolvimento com distribuição de renda e justiça social. Confira também a lista de estaduais.

Senado

Vanessa, a mulher que desbancou Artur Virgílio no Amazonas


Câmara Federal
Acre
Perpétua vai para terceiro mandato, ampliando sua votação

Amapá
Evandro Milhomen é o 6º deputado mais votado do Amapá

Bahia
Entre federais mais votados na Bahia, Daniel vai para 3º mandato
Única mulher dos 39 deputados baianos, Alice vai para 3º mandato
Eleição de Edson Pimenta significa vitória das lutas populares
Ceará

Sétimo federal mais votado, João Ananias estreará em Brasília
De ambulante a deputado, Lopes conquista o Ceará para 2º mandato
Minas Gerais

Jô Moraes é a única deputada federal eleita por Minas
Pernambuco
Testada e aprovada pelo povo, Luciana Santos chega à Câmara

Piauí

Osmar Júnior é reeleito para representar o Piauí na Câmara
Rio de Janeiro

Mulher mais votada no Rio, Jandira volta à Câmara para 5º mandato

Rio Grande do Sul
Manuela: a deputada mais votada do Rio Grande do Sul
Assis Melo reforça bancada gaúcha na Câmara
São Paulo


Aldo Rebelo assumirá sexto mandato consecutivo na Câmara Federal
Disputando eleição pela primeira vez, Protógenes sai vitorioso

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Abortando a Eleição

Abortando a eleição
Brasileiros e brasileiras! O capeta está solto! Empunhemos nossos terços e Bíblias e até Alcorões, se os houver! Herodes brande a espada afiada contra as criancinhas do Brasil! Ergamos a fogueira! Queimemos os hereges! O aborto e os gays estão espreitando pela janela!
Gente do céu! Que tiririquice! Que babaquice mais que medieval. Que onda inquisitorial graçando em pleno século XXI. A caça às bruxas. O extermínio dos veados. Cruz, credo! Xô Satanás! Estamos apenas tentando eleger um Presidente para o Brasil. Estamos discutindo propostas e projetos para uma boa administração do Brasil. Aborto, gueisismo, pílula, camisinha não é prioridade do momento.
O processo eleitoral corria tranquilo, dentro dos princípios democráticos: discute-aqui- denucia-ali, promete-isso, condena-aquilo, tudo numa boa. De repente a serenidade é detonada por uma horda de aiatolás, talibãs, mulás, numa gritaria ensurdecedora contra os que ameaçam o poder do Altíssimo.
Alguns vestidos de batina (ainda!), outros de mitra e báculo, outros de terno e gravata ostentando Bíblias, todos ecumenicamente de dedo em riste acusador: “ela é a favor do aborto, ele apóia o casamento homem-com-homem, mulher-com-mulher, os dois defendem a distribuição de camisinhas até para as crianças da escola.
Deus do céu! Que atraso! Que tiririquice! Pra começar, arbitrar sobre aborto e formas de casamento é da competência do Congresso Nacional e não do Presidente da República, que apenas sanciona ou veta a disposição do Congresso. Além do mais, aborto e casamento gay nem estão em pauta de discussão, hoje.
Mais importante e pertinente agora é ouvir dos candidatos suas propostas e projetos concretos quanto à saúde, educação de qualidade, distribuição de renda, segurança da população, criação de empregos, formas de apropriação ou não do Estado, relações diplomáticas e econômicas com outros países, transporte, saneamento básico, liberdade de imprensa, desenvolvimento do país, programas sociais, etc., etc.
E mais: estamos num país democrático, regido por uma Constituição Civil e não pelas tábuas da lei de Moisés. É um país democrático e laico e não teocrático, apesar de supostamente religioso. Sua capital é Brasília e não o Vaticano, nem a Canção Nova, nem a sede da Assembléia de Deus, nem a CNBB.
Tentar manipular a consciência do eleitor, ameaçando-o com a ira de Deus é injuriar o próprio Deus que nos criou livres. O dia em que o povo tiver que consultar um aiatolá de plantão tipo Pastor Silas Malafaia, ou um Padre José Augusto (Canção Nova) para votar, é melhor rasgar o título de eleitor e o estatuto da maioridade civil. O que vem se praticando em meios religiosos no momento, é o aborto da eleição, da democracia, da Constituição e do bom senso. Xô Satanás!
Pe. Otto Dana – Pároco da Igreja Sant´Ana em Rio Claro SP

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Com livro disponível na internet, Renato debate política nacional

Renato Rabelo, presidente do Partido Comunista do Brasil, está lançando uma nova publicação intitulada Textos para o debate político atual, que reúne uma série de artigos sobre o atual debate político nacional. Com esta iniciativa, o dirigente comunista dá prosseguimento ao trabalho permanente de divulgação das ideias e do pensamento político do PCdoB. O livro pode ser baixado (em PDF) ou retirado nas sedes de Brasília e de São Paulo.


Renato discute conjuntura em nova publicação
Na primeira parte, Renato Rabelo faz um breve resumo dos 88 anos de luta deste que é o partido mais antigo em funcionamento permanente no país e, ao mesmo tempo o mais jovem, não só pela composição de suas fileiras de militantes e filiados, mas por suas ideias avançadas e focadas no desenvolvimento nacional com distribuição de renda, na defesa da soberania e da cultura de seu povo, dos direitos dos trabalhadores e do avanço da ciência e da tecnologia brasileiras.

Em seguida, o autor publica o discurso que pronunciou por ocasião de sua reintegração na Universidade Federal da Bahia, a UFBA, quando fez um retrospecto das lutas travadas desde que sofreu intensa perseguição política por parte da ditadura militar instalada em 1964 no Brasil.

Na segunda parte, o livreto se dedica à conjuntura atual, apresentando o discurso que Rabelo proferiu durante o ato realizado em Brasília para comunicar a decisão do partido de apoiar a candidatura de Dilma Rousseff à Presidência da República. Neste documento se procura avaliar questões em debate na campanha eleitoral de 2010 e esboçar alguns pontos para a composição da plataforma político-eleitoral.

O texto seguinte aborda concretamente um dos temas desta campanha, a política de ciência e tecnologia, numa intervenção feita em seminário organizado pela Fundação Maurício Grabois.
E, para completar, os dois últimos textos tratam de alguns aspectos da política externa de Luiz Inácio Lula da Silva, um dos pontos altos do atual governo que projeta o país como um dos principais protagonistas da cena internacional.

Para adquirir a publicação, os interessados podem retirá-la gratuitamente no escritório nacional do partido em Brasília (Setor Comercial Norte, Edifício Brasilia Trade Center, 20º andar, sala 2010) ou na sede do Comitê Central, em São Paulo (Rua Rego Freitas, 192 - República). Para pedidos de outras localidades, o despacho deverá ser pago pelo interessado em receber o livro. Mais informações podem ser obtidas no telefone (61) 3328-7794 e 3327-9736 ou através do e-mail presidência@pcdob.org.br.


Da redação
www.vermelho.org.br

Dilma irá mais às ruas, Serra quer debates, e Marina mira pobres

Nesta nova fase das eleições 2010 – cuja campanha começa oficialmente nesta terça-feira (6) –, a candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, vai aumentar a presença em eventos de rua ao lado do presidente Lula. Com o ex-ministro Antônio Palocci quase como sua sombra, Dilma também vai se concentrar na preparação para os poucos debates dos quais aceitou participar contra o tucano José Serra.
“Serão poucos mas grandes comícios, com a massa que vai ver Lula, mais para o final (da campanha), nas grandes cidades”, diz o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), um dos coordenadores da campanha de Dilma. A petista vai investir nas viagens e caminhadas pelo interior do país. Nesta semana, vai para a rua o material gráfico: panfletos, banners com santinhos de Dilma ao lado de Lula e de outros candidatos.

A coordenação pretende intensificar a presença de Lula a partir da propaganda eleitoral gratuita no rádio e TV, na segunda quinzena de agosto. O comitê central da campanha, que vem sendo preparado há cerca de três meses, será inaugurado dia 13 de julho. A maior parte da atual infraestrutura continua. “Dilma está em intenso treinamento para o confronto direto com o Serra. Serra tem mais experiência nessa área, mas isso não basta a ele. O Palocci assumirá como peça chave nessa fase — afirmou André Vargas, secretário de comunicação do PT.

Quem faz o quê?

Na campanha de José Serra, integrantes do PSDB e do DEM querem ajustes emergenciais. Depois da superação da crise para escolha de vice, há a constatação de que os erros recentes foram cometidos, em parte, por conta de um centralismo muito forte do próprio Serra.

A escolha do deputado Indio da Costa (DEM-RJ) resolveu a crise da aliança com o DEM, mas ficaram sequelas regionais que precisam ser solucionadas. Chamou a atenção de aliados a forma improvisada da escolha do vice. O fato de Serra ter deixado para a última hora a definição explicitou dificuldades no palanque da oposição. O DEM e os demais aliados (PPS e PTB) vão exigir espaço no comando da campanha e participar das decisões.

“Há necessidade de dividir responsabilidades na coordenação. Espero que esse episódio do vice possa ajudar nisso. Dilma cresceu por causa da propaganda do governo Lula. Em condições de igualdade, vamos estabelecer a comparação”, diz o líder do DEM, senador José Agripino Maia (RN). Na campanha oficial, reclamam tucanos e aliados, não é mais possível ter uma agenda de candidato indefinida. Agripino sugere a mobilização de prefeitos e a organização da agenda. “As pessoas precisam saber quem é o Serra”, diz.

Faz parte da nova estratégia chamar Dilma para o debate: “Será a fase de mostrar de fato os candidatos e seus atributos. E o eleitor reconhece que Serra tem mais atributos. Vamos dar mais visibilidade e estruturar a campanha do ponto de vista operacional e de comunicação”, diz o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PSDB-PE).

Depois de um período errático, variando entre a posição de "Serrinha paz e amor" e a de ataques mais diretos à gestão petista, a cúpula tucana reconhece que não se deve partir para um enfrentamento com um governo que está muito bem avaliado. Do ponto de vista de densidade eleitoral, os tucanos consideram estratégico o reforço da campanha em Minas e no Rio. Uma das missões de Indio da Costa será ajustar o palanque no terceiro maior colégio eleitoral do país.

Mais pobres, menos classe média

Na campanha de Marina Silva, a estratégia é tentar conquistar o voto das mulheres pobres. Entre a classe média ligada às questões ambientais e os jovens, os outros dois nichos de eleitores definidos como públicos-alvo pelos verdes, a avaliação é que não há grande espaço para crescimento. Desde dezembro de 2009, Marina oscila entre 10% e 12% nas pesquisas.

O caminho vislumbrado para chegar até as mulheres pobres passa pelas igrejas evangélicas. Marina se converteu em 2004 à Assembleia de Deus. A agenda deve incluir muitas visitas a templos da própria Assembleia e de outras denominações. Outro caminho para chegar até o eleitorado é a presença em programas de rádios populares.

Da Redação, com informações do O Globo

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Depois de FHC, agora é Sérgio Guerra que admite que o Serra vai perder a eleição

Primeiro foi Fernando Henrique Cardoso que declarou a colunista Mônica Bergamo, que José Serra não vai vencer a eleição presidencial.

Agora, o senador e presidente do PSDB, Sérgio Guerra, admitiu ao jornal de oposição ao governo Lula, O Globo, que José Serra e Álvaro Dias perderão as eleições

Sérgio Guerra admite que impasse sobre vice de Serra pode comprometer vitória do PSDB

O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), admitiu nesta segunda-feira, em entrevista à rádio CBN, que a vitória do partido nas eleições presidenciais deste ano pode ter sido comprometida com a negativa do aliado DEM em apoiar o nome do senador Álvaro Dias (PSDB-PR) para a vice-presidência na chapa encabeçada por José Serra. Para Guerra, a principal questão é a falta de unidade.

- Temo que tenhamos neste episódio atuado para comprometer a nossa vitória. Não é a questão de um partido ter o apoio do outro. Já votamos com os democratas, e os democratas votam conosco há muitos anos. O problema é ter unidade, tranquilidade, e uma solução construtiva da luta que enfrentaremos – apontou Guerra.

No último domingo, o presidente do DEM, Rodrigo Maia, defendeu o rompimento da aliança caso a legenda não possa indicar o vice. Nesta segunda-feira, Maia deve se reunir em São Paulo com Serra para dar um ultimato: ou o PSDB desiste da chapa puro-sangue ou haverá o risco de o DEM ficar fora da coligação.

Guerra ressaltou ainda que o impasse pode afetar as alianças estaduais:

Os encaminhamentos estaduais seguem seus cursos, mas ninguém pode pensar que não havendo entendimento geral vá se ter entendimento local com a facilidade que se tinha antes.
fonte: http://www.conversaafiada.com.br/politica/2010/06/28/presidente-dos-tucanos-tambem-joga-serra-as-feras/

sábado, 26 de junho de 2010

Com apoio de 11 partidos, Mercadante é lançado ao governo de SP

Com apoio de 11 partidos, Mercadante é lançado ao governo de SP
Na presença de 10 mil pessoas e ao som do jingle “Mercadante governador / A gente vai crescer junto com você / Mercadante governador / Agora é nossa vez de vencer”, o PT oficializou neste sábado (26) a candidatura do senador Aloizio Mercadante ao governo de São Paulo. “O que deu certo com Lula lá vai dar certo comigo aqui”, enfatizou o petista em vários momentos de seu discurso, enaltecendo os dois mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Formada por 11 partidos (PT, PCdoB, PDT, PSDC, PTN, PRP, PTdoB, PR, PRB, PPL e PRTB), a chapa de Mercadante terá o professor da USP Antonio Clóvis Pinto Ferraz (PDT), o Coca Ferraz, como vice-governador, além da ex-prefeita Marta Suplicy (PT) e do vereador Netinho de Paula (PCdoB) como candidatos da chapa para o Senado. Num centro de convenções na zona norte da capital paulista, sob aplausos, eles participaram da convenção petista, assim como três ministros do governo Lula – Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Luiz Barreto (Turismo) e Orlando Silva (Esporte).

Durante o evento, o PT divulgou uma publicação com os 13 eixos que estarão contemplados no programa de governo do partido – que será lançado em agosto. Organizado em três partes, o documento analisa as ações e políticas construídas no governo Lula e os desafios e propostas que a candidatura petista defenderá para "Mercadante mudar São Paulo, como Lula mudou o Brasil".

Sobre esse programa, Mercadante ressaltou propostas para transporte, saúde, educação e segurança. Em seu discurso de 45 minutos, o candidato prometeu melhorar em dois anos a qualidade dos trens da CPTM aos do Metrô. Ressaltou também a necessidade de recuperar o sucateado transporte ferroviário no estado e falou em criar um fundo de aceleração do sistema de transporte.

Outra ideia do senador é que o Estado banque o atendimento de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) em horários alternativos em clínicas e hospitais particulares. “Tratamentos de alta complexidade terão assistência do SUS durante a noite e aos finais de semana.”

Na educação, área chamada por Mercadante de “porta para o futuro”, o professor será o foco. “Se quisermos falar de Educação nós precisamos olhar o professor. O professor é o único caminho para que a gente tenha Educação de qualidade. Vamos avançar na escola com tempo integral para que essas crianças voltem a fazer esporte e cultura.”

Se eleito, o candidato também pretende promover policiamento comunitário e patrulha em escolas. “A Segurança Pública vai estar associada aos Direitos Humanos, a começar pela escola. Vou construir guarda de proteção escolar, na porta da escola, para impedir as drogas. Não vai ter traficante dentro de colégio no meu governo. Vamos pagar um salário digno à Polícia de São Paulo.”

Netinho

Durante o lançamento da candidatura, o PT exibiu, em telão, uma mensagem da candidata a presidente Dilma Rousseff (PT) à militância: “O Brasil é hoje um país muito diferente. Somos, sobretudo, um país honrado, de cabeça erguida. O Brasil conquistou tudo isso quando escolheu o presidente Lula. E eu peço que vocês deem uma chance para o Mercadante também fazer essas mudanças”.

A ex-ministra deu apoio também a Netinho e Marta. "Preciso do Mercadante aqui em São Paulo me ajudando. Da Marta e do Netinho no Senado, para que eu possa ter governabilidade para dar continuidade aos nossos projetos.”

Quebrando o protocolo, Netinho disse, em seu discurso, que não citaria o nome de todos os aliados presentes “porque aqui é tudo mano, aqui é tudo festa”. Acompanhado pela bateria de uma torcida organizada do Palmeiras, a Mancha Verde, ele também subiu ao palco para cantar Cohab City (“Vai ficar legal, pagode na Cohab no maior astral”), um grande sucesso do grupo Negritude Júnior na década de 1990.

Netinho contou que, dois meses atrás, olhou para um painel com as fotos de Lula, Dilma, Marta e Mercadante. Diante da imagem, pensou que a campanha “estava precisando dar uma escurecida”. E emendou, na convenção: “Como é que essa política vai mudar se nunca tem um preto disputando um cargo majoritário? Como vai mudar se não tiver representação do povo do gueto? Por que o negro não pode?”.

Ao se dirigir diretamente aos excluídos da política – “Quem é do gueto levanta a mão” –, o senador disse estar no meio do povo. Por fim, apontou um painel instalado no fundo do centro de convenções em que, afinal, aparecia na foto oficial ao lado das lideranças petistas. Sua reivindicação estava cumprida.

Outros discursos

Na mesma linha do companheiro de chapa, a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy disse que São Paulo tem a chance neste ano de eleger pela primeira vez um negro e uma mulher para o Senado e para a Presidência. “Mal da garganta”, como explicou, ela usou parte do seu discurso para desmascarar o governo do PSDB, que há 16 anos governa o estado de São Paulo.

Ela lembrou o episódio em que policiais civis e militares entraram em conflito durante uma greve promovida pelos primeiros durante a gestão Serra e disse que “ninguém mais acredita na situação da educação de São Paulo”. Afirmou ainda que a exclusão do estádio do Morumbi da Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil, ilustra a decadência paulista. Quase no fim, disse para Mercadante: “Você vai fazer nosso estádio acontecer em São Paulo. Eu e Netinho estaremos cuidando desse estádio no Senado”.

Já a presidente estadual do PCdoB, Nádia Campeão, fez um discurso confiante na vitória. “Iniciamos aqui nossa jornada vitoriosa. Temos todos os ingredientes para vencer neste ano”. O ministro Orlando Silva, também do PCdoB, brincou que a campanha tucana se assemelha à confusa seleção francesa, que saiu da Copa do Mundo ainda na primeira fase e agora colhe os cacos. “O lado de lá vive batendo cabeça, parece a França. A seleção do povo vai dar uma goleada no time dos tucanos.”

O vereador Carlos Apolinário, perseguido pelo DEM por declarar voto em Mercadante, reafirmou seu apoio e não poupou elogios ao presidente Lula. “Em 2002, eu não votei no Lula por preconceito. Eu errei. Ele é o melhor presidente que o Brasil já teve. Se o Lula fosse candidato de novo, eu votaria nele. Mas, como ele não vai concorrer, o meu voto vai para a Dilma. Quando Mercadante for eleito, vamos trazer o governo do Lula para São Paulo. É hora de colocar os tucanos para fora”.

Da Redação, com agências
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terça-feira, 22 de junho de 2010

É pela esquerda, Zé Dirceu

Em artigo, o presidente do PCdoB de São Luís (MA), Márcio Jerry, rebate as críticas feitas por Zé Dirceu ao deputado federal Flávio Dino que estaria supostamente vinculado à candidatura presidencial de José Serra. "O palanque mais legítimo e limpo de Dilma no Maranhão é o liderado por Flávio Dino", diz. Confira abaixo.

Por Márcio Jerry*
Sabe-se lá insuflado por quem, o ex-ministro Zé Dirceu tem se dedicado nos dois últimos dias a atirar no deputado comunista Flávio Dino, pré-candidato ao governo do Maranhão. Num primeiro post afirma categoricamente em título que “Serra já está no palanque com Flávio Dino”. Num segundo degrada para “Um papelão ridículo”, título de postagem em que tenta provar que Flávio Dino é “serrista”.

Os queixumes de Zé Dirceu no que se refere a uma suposta adesão de Flávio Dino a Serra são desnecessários à luz da realidade. A candidatura de Flávio Dino insere-se num contexto em que amplos setores sociais, especialmente aqueles alinhados com o campo democrático e popular, manifestam-se claramente em favor da renovação política no Maranhão, que pode ser feita concretamente sob hegemonia da esquerda, fato este de inegável alcance estratégico para os que pelejam por uma sociedade socialista. A candidatura é um desdobramento regional das conquistas sob a era Lula e está em absoluta sintonia com os avanços necessários sintetizados no projeto da candidatura Dilma Presidente.

A candidatura está assentada na força dos movimentos sociais e na representação política de esquerda do PCdoB, PSB e amplíssima maioria do PT maranhense. São, portanto, forças políticas na base mais orgânica do projeto liderado pelo presidente Lula; que sustentam esse projeto por afinidade política e ideológica e não por trocas nada republicanas celebradas sob chantagens, como é do feitio, entre outros, do senador José Sarney.

O palanque mais legítimo e limpo de Dilma no Maranhão é o liderado por Flávio Dino. É nele, repito, que estão o PCdoB, o PSB e o PT da luta que não se curvou à oligarquia quarentona. No de Roseana Sarney, aliada de Zé Dirceu, estão o DEM, de onde ela migrou recentemente, e o PTB, ambos com Serra; e o PV, da candidata Marina Silva.

Dizer que o palanque de Flávio Dino é o de Serra porque o ex-governador José Reinaldo(PSB) seria “serrista” é quase uma cretinice. Mas é só quase porque talvez seja mesmo desinformação, já que Zé Dirceu parece amparar suas análises em clippings feitos pela famiglia Sarney e não nos fatos concretos. O ex-governador tem dito e repetido à exaustão que apoia, defende e vota em Dilma. Mais do que dito, tem feito, ao participar de eventos pró-Dilma, inclusive no lançamento do comitê “Flávio Dino governador, Dilma Presidente”

Apontar incoerência porque no passado o PCdoB apoiou Roseana Sarney é manifesta falta de argumentos para justificar a capitulação do PT ao clã Sarney. Ora, são situações absolutamente distintas, contextos completamente diferenciados. O PCdoB de fato apoiou e integrou o governo Roseana Sarney e até pela própria experiência sabe que este é um caminho desastroso para o Maranhão no momento. Na etapa presente da história há no Maranhão uma possibilidade concreta de um caminho pela esquerda, e é nele que trilha a candidatura Flávio Dino.

É injustificável sob todos os aspectos a tentativa de Zé Dirceu em colar Flávio Dino a Serra, deformando a realidade, e em querer exclusivizar Dilma para o palanque de Roseana, que também será de Serra.

Flávio Dino é um destacado parlamentar da base do presidente Lula na Câmara Federal. Pertence a um partido político que desde 1989 mantém uma sólida aliança com o PT, inclusive em todas as disputas presidenciais. E tem uma trajetória pessoal que não permite dúvidas sobre por qual lado trafega na vida e na política. É pela esquerda, Zé Dirceu.

* Márcio Jerry, presidente do PCdoB São Luís, secretário de Comunicação do PCdoB/MA; coordenador da pré-campanha Flávio Dino ao governo do estado.