domingo, 21 de agosto de 2011

Oposição limpa, será que é dificil?

Lendo um artigo de Mauricio Caleiro, postado no blog de Altamiro Borges, foi como se estivessem falando de Rio Claro. Pois bem, Caleiro cita “... a estratégia do demotucanato, em conluio com a mídia, durante os oito anos em que Lula ocupou a Presidência: um jogo de derruba-presidente alimentado por denúncias semanais de corrupção.”. Qual era o maior interesse da queda de Lula? Em todo o momento a posição estava pensando no bem estar do país ou buscava apenas a queda do presidente para então ocuparem o poder? Aquela velha história de “o poder pelo poder”, que continua presente nos bastidores da política.
Caleiro lembra também que a prática é bem antiga, “... em maior ou menor grau, tanto o Getulio Vargas quanto Jucelino Kubitschek e João Goulart foram alvos de tais táticas – o primeiro com a imprensa toda contra si ..., JK atacado incessantemente por O Cruzeiro ... para quem Brasília era uma mera desculpas para engrossar a corrupção ... já João Goulart, para justificarem o golpe foi usado inúmeras vezes a palavra combate a corrupção...”.
Podemos observar que em Rio Claro não é diferente, possuímos uma imprensa forte e representativa, tendo 2 (dois) jornais diários, 2 (dois) semanários, sítos engajados e atualizados, além de TV, rádios e alguns blogs espalhados.
Um dos jornais é comandado por um ex-prefeito, que até então faz um jogo de “não é comigo e estou apenas relatando os fatos”, o outro o dono do jornal detém diversos imóveis na cidade e ainda por cima não paga os impostos corretamente (haja visto a queda na arrecadação do município) e mesmo assim transformaram o jornal em um folhetim que mais parece um zine do movimento Punk.
Já os sítios, podemos ver que temos um bem engajado e atento aos acontecimentos, porém talvez não seja devidamente ouvido.
Mas o crucial, e principalmente nesse novo momento de virada de século (já faz 11 anos que o século virou) temos um novo mecanismo utilizado por pessoas engajadas ou não em partidos políticos que colocam a suas posições pessoais ou defendem algum posicionamento coletivo.
Mas o foco dessa discussão é que, da mesma forma onde o jornalista e cineasta Maurício Caleiro cita no decorrer do seu texto onde ele diz que a imprensa quer pautar o novo governo Dilma e, deixando-se pautar, inicia uma grande faxina federal.
Em Rio Claro não é diferente, podemos analisar que o ex-prefeito Nevoeiro Jr. acaba por se engajar de fato, no que ele diz, na defesa de Rio Claro e no combate a corrupção, julgando e denunciando supostas práticas que possam estar ocorrendo dentro do governo Altimari. Pois bem, no inicio do governo a prática foi a mesma onde desde então já diziam que quem governaria Rio Claro seria Altimari, mas quem mandaria seria Olga Salomão.
Ou seja, o demotucanato já vem a um bom tempo atrás querendo desqualificar o novo governo coordenado pela Frente Progressista e a mídia por sua vez acaba dando pouco destaque aos feitos do Governo, gerando assim um descontentamento coletivo da população, que não consegue visualizar as obras e avanços de nosso município.
A ação orquestrada e fortalecida por alguns órgãos de imprensa resulta na desconfiança que neste momento é gerada com o fato do depoimento de Pedro Soares.
Agora, cá pra nós, não precisa ser um grande analista político para ver que o ex-prefeito, rejeitado nas eleições anteriores pelo voto do povo, sem nenhum golpe ou tapetão ou até mesmo pedidos de cassação (olha que oportunidade não faltou) venha a público através das redes sociais dizendo estar preocupado com o andamento do Governo e da mesma maneira que sempre tentaram e continuam tentando colocar partidos de centro e esquerda uns contra o outro, o ex prefeito alimentado pela teoria do caos, utiliza-se das mesmas práticas que seus mandatários estão executando para desgastar o governo Dilma.
Isso não me estranha nem um pouco, até porque, a disputa eleitoral é um jogo de poder, mas antecipar as eleições não acaba sendo salutar para a população e para a cidade, tendo em vista que as eleições já estão chegando e vejo uma grande oportunidade para os opositores, do atual governo, mostrarem que são melhores no desempenho político eleitoral. Enquanto isso, cabe usar muito da imaginação e fazer o que é o papel de vocês nesse momento, ou seja, oposição, mas que seja uma oposição limpa.

Um comentário:

Carlos Marques disse...

Salutar a sua análise Curinga, pois expõe, acima de tudo, coragem em dialogar com a população e com a imprensa. Como editor e jornalista, cumpre dizer que nenhum espaço foi negado a esta administração e nenhuma divulgação de utilidade pública deixou de ser feita gratuitamente.

Factóides, estes sim foram evitados menos por oposição, mas por entendermos que não contribuem para elucidar os serviços prestados ou as obras desenvolvidas pela atual administração, confundindo o que é noticia relevante com a política de divulgação que todo governo se propõe em demasia.

Tampouco personificamos o poder, seja deste ou de qualquer governo, muito embora sempre sentimos falta de agilidade em respostas e, porque não, percebemos preferências da atual administração em responder nossos questionamentos por meio de outros veículos, notadamente por meio do Jornal Cidade, numa clara confusão entre o papel da imprensa que questiona com aquela que aparentemente afaga para depois colocar a faca no pescoço.

Até aqui ficou clara a preferencia pelo papel ao meio digital, num claro posicionamento daqueles que a idade impõe preconceitos e os fazem reféns da sua condição. Por outro lado, nunca pautamos o governo por entender que não ´papel da imprensa fazê-lo, mas percebemos uma confusão ente o papel da assessoria de imprensa e a necessidade de se fazer o noticiário, justamente daqueles veículos que se furtam a sua responsabilidade de ter opinião e produzir seu próprio conteúdo.

Portanto, até onde nos cabe reconhecer nossas limitações, cumprimos o papel de sermos críticos, nunca inimigos, pois intendemos que esse é o papel de uma imprensa responsável, que nem sempre acerta, mas que é capaz de reconhecer os esforços que buscam consolidar a democracia e o direito de livre expressão.

Carlos Marques
Editor do Guia Rio Claro